Revitalização da Região Central da capital, com simplificação dos processos das construções e melhoria do ambiente de negócios são algumas das demandas

Centro de Belo Horizonte pode se beneficiar da revitalização de prédios antigos e do adensamento populacional | crédito:

Recuperar o dinamismo econômico do Centro de Belo Horizonte, flexibilizar regras para empreendimentos, desburocratizar serviços, atrair grandes eventos, recuperar o Distrito Industrial do Jatobá e incentivar a atração de indústrias são alguns do desafios que precisam ser enfrentados pela próxima gestão da Prefeitura de Belo Horizonte para recolocar a capital na rota do crescimento econômico, na visão de empresários de diversos setores. A visão quase geral é de que é preciso mudar a mentalidade da cidade para favorecer o ambiente de negócios. Eles pedem uma atenção especial para o Centro da cidade, visto como em processo de degradação.

“É preciso olhar para a legislação, para dar agilidade aos processos e acabar com a morosidade na liberação de Habite-se. A questão da outorga tem que ser sancionada. Não carregar tanto e criar um ambiente de negócios para trazer riqueza”, afirma o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Raphael Lafetá. “A legislação trata de mudança do Plano Diretor, com alteração da regra do coeficiente para permitir mais habitação no Centro”, acrescenta Lafetá.

Quem também defende uma revitalização do Centro de Belo Horizonte é o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe. “Problemas urbanos toda metrópole tem, mas no meu modo de ver a mentalidade hoje não permite uma renovação do Centro, para que tenha mais infraestrutura e viabilizar um adensamento pujante”, defende Roscoe. Para ele, é preciso ver a vocação natural da cidade, que são indústrias leves, como a criativa e a própria construção. “O P7 é da Fiemg e é um pólo de produção, mas não faz nada lá embaixo”, diz o empresário referindo-se ao hub da indústria criativa instalado no antigo prédio do Bemge, na Praça 7.

Para mostrar o ambiente hostil no Centro, Flávio Roscoe lembra que de cada 10 empresas convidadas para conhecer o P7, nove não querem ver o espaço. “Após as 19h não tem ninguém e falta segurança e o P7 pode funcionar 24 horas”, diz Roscoe. Ele se queixa ainda de que foi comprado um telão de led de 260 metros quadrados para instalar no P7, mas que não está instalado. “Não consegue fazer, é cultural. É uma atração visual no P7 com revitalização, mas não se consegue modernizar a cidade”, lamenta o presidente da Fiemg. Outro ponto que Roscoe lembra é o fato de Rio e São Paulo hoje terem vários projetos de Retrofit (revitalização de prédios antigos), BH tem apenas um e está parado.

Comércio


“O próximo prefeito terá desafios importantes para resgatar a força do comércio na capital”, afirma o vice-presidente da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio MG), Julio Gomes. Para ele, entre os desafios estão a desburocratização dos serviços públicos, uma maior atenção para as vagas de estacionamento e a proibição da venda informal em frente ao comércio regular. “O incentivo e atratividade de grandes eventos devem impulsionar a economia e colaborar com a cidade, que tem os setores de comércio e serviços como a principal fonte de renda e empregos”, afirma Julio Gomes.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH) e do Sebrae-MG, Marcelo de Souza e Silva, defende a criação de uma Secretaria Municipal do Comércio e Serviços para atuar na promoção de ações de desenvolvimento dos setores produtivos da cidade. “A secretaria também seria um importante canal de interlocução do Executivo com as entidades empresariais representativas do setor”, defende o presidente da CDL-BH.

Fonte: Estado de Minas

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