A Prefeitura de Belo Horizonte informou que desconhece o envio de profissionais para a localidade

A Prefeitura de Belo Horizonte informou que desconhece o envio de profissionais de saúde para o local
Foto: Divulgação / Arquivo Pessoal

Moradores do bairro Heliópolis, na região Norte de Belo Horizonte, denunciam que estão sendo alvos de homens que se passam por funcionários da Prefeitura de Belo Horizonte. Os homens apareceram, conforme relatos, nessa terça-feira (1º), pedindo acesso à casa de alguns dos moradores.

A iniciativa “acendeu” um sinal de alerta entre os residentes da comunidade, que resolveram não abrir “suas portas”. Fotos dos homens, obtidas por meio de prints de câmeras de vigilância, foram divulgadas em um grupo de troca de mensagens do bairro. A informação chegou até a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e o órgão, por sua vez, informou que desconhece o envio de profissionais para a localidade.

Lúcia Ferreira Lopes é moradora da rua Paulo do Couto e Silva, no bairro Heliópolis. Ela conta que os homens, vestidos com jalecos vermelhos sem identificação e munidos de pranchetas, começaram a bater nas casas e apartamentos de forma aleatória, informando aos residentes dos imóveis que precisavam ter acesso às moradias para a realização de vistorias técnicas e levantamentos fotográficos.

Os suspeitos argumentaram que realizariam análises relacionadas a possíveis rachaduras ou danos estruturais que, supostamente, poderiam ter sido provocados por obras na avenida Cristiano Machado.

“Fui surpreendida por um homem no meu portão, de calça jeans e colete vermelho. Ele estava interfonando no prédio em que moro. Observei que ele interfonou, tentou fazer contato em alguns apartamentos de modo aleatório, porém sem sucesso. Ninguém abriu o portão. O reconheci pela foto que já estava circulando no grupo de mensagens criado pelos moradores do nosso bairro”, contou Lúcia.

Recebimento de documento de procedência “duvidosa”

Além das tentativas de visitas sem aviso prévio, os moradores do bairro Heliópolis ainda foram surpreendidos, nesta quarta-feira (2), por um comunicado com data de 26 de setembro. O documento, assinado pela PBH e por uma empresa privada, notifica os moradores quanto às vistorias que estão sendo realizadas na região.

No material, ainda consta um endereço de e-mail pessoal e um telefone celular que não atende. Contudo, a impressão mal feita, de modo descentralizado, e os erros de acentuação existentes no documento também chamaram a atenção dos moradores do bairro. A PBH ainda não confirmou a veracidade do encarte distribuído.

“Quando abri a minha caixa de correio, percebi que havia um papel. Quando peguei para ler, o que me chamou a atenção foram os erros de impressão e falhas ortográficas anunciando sobre a necessidade de acesso aos funcionários da construtora. Desconfiei ainda mais que tal papel faz parte da trama desses homens misteriosos que querem entrar de qualquer modo nas residências”, disse um morador do bairro que preferiu o anonimato.

O que diz o comunicado

“Serão realizadas vistorias cautelares de vizinhança nos imóveis próximos às obras de adequação na circulação, intervenções no sistema viário e implantação de obra de arte especial na interseção da Avenida Cristiano Machado com a Avenida Saramenha, no Município de Belo Horizonte, Minas Gerais.

Para que ambas as partes (Consórcio, Prefeitura e Vizinhança) estejam resguardadas, é necessário registrar internamente e externamente todos os imóveis próximos às obras antes de iniciar os trabalhos. Solicitamos aos responsáveis a liberação da equipe técnica para realização das vistorias, relatando com anotações e registro fotográfico, sem haver custo algum para os proprietários”, destacou um trecho do documento.

O que diz a PBH

Em nota, a PBH informou que não foi feita e não está agendada por parte da Prefeitura nenhuma visita cautelar nos locais mencionados. O raio de abrangência das vistorias é no limite estabelecido de 150 metros ao redor da obra. A rua mencionada está a mais de 200 metros do local dos trabalhos.

“Todas as visitas cautelares na região já foram concluídas e realizadas apenas por funcionários devidamente uniformizados e com crachá de identificação, e a comunicação é feita através de folhetos, com o nome da empresa que prestará tal serviço. A Sudecap esclarece que, antes do início de qualquer obra de grande porte, são realizadas vistorias cautelares nos imóveis da área onde ocorrerão as intervenções e que podem sofrer algum impacto”, destacou a nota.

Fonte: O Tempo