Em 2025, companhia celebra 50 anos de sua fundação
Chegando em 2025 aos 50 anos de sua fundação, o Grupo Corpo está celebrando a trajetória que transformou o universo da dança contemporânea no Brasil. Em agosto, tem a estreia de um novo balé com música original de Clarice Assad e vai inaugurar a parceria coreográfica de Rodrigo Pederneiras com Cassi Abranches – agora também coreógrafa residente da companhia.
Um livro e um documentário sobre a história da companhia mineira também vão chegar ao público. O Corpo vai contar ainda com a parceria da Africa Creative, uma das agências mais criativas e inovadoras do mundo.
“Éramos presunçosos. Quando nossos pais cederam a casa em que morávamos, em Belo Horizonte, para que se tornasse a sede da companhia, achávamos que ia dar certo”, graceja o diretor artístico do Grupo Corpo, Paulo Pederneiras. Ele relembra o dia 22 de janeiro de 1975, na lembrança da fundação oficial do mais importante grupo de dança contemporânea do País e também do mundo.
No ano seguinte, o sucesso do primeiro balé do Corpo – Maria, Maria, coreografia de Oscar Araiz, música original de Milton Nascimento e Fernando Brant – já apontava para um caminho de glória.
Cinquenta anos depois, são 43 obras criadas e montadas, com apresentações em 259 cidades de 41 países, além do Brasil. Ao longo de sua trajetória, o Grupo Corpo encomendou música original a duas dezenas de compositores e dançou obras do popular ao clássico. E não há dúvidas de que o grupo mineiro mudou o panorama da dança no Brasil e tornou-se um embaixador cultural do País nos quatro cantos do planeta, da Tailândia aos EUA, da Rússia ao Canadá.
O Corpo ampliou e consolidou o público de dança no Brasil. E isso é o resultado da originalidade e da poesia do vocabulário coreográfico construído por Rodrigo Pederneiras, com um elenco impecável, e da extrema qualidade, cuidado e ousadia da direção de arte – cenografia, figurinos, iluminação.
Celebração o ano todo
A festa de 2025 tem novo balé, naturalmente. Ele estreia em agosto, com música especialmente composta pela brasileiro-americana Clarice Assad, a primeira mulher convidada a criar trilha para a companhia.
Também esse ano vai ser oficializada a presença de Cassi Abranches como coreógrafa residente, ao lado de Rodrigo Pederneiras. “A proposta de ter dois coreógrafos residentes trabalhando na mesma obra é pouco comum”, explica Paulo Pederneiras. E completa: “Serão visões diferentes da mesma trilha, criadas separadamente e depois combinadas”.
Rodrigo Pederneiras, que completa 70 anos neste 23 de janeiro, é um dos maiores coreógrafos brasileiros, mundialmente respeitado, responsável pela sólida construção da identidade coreográfica do Corpo. “Está sendo uma delícia trabalhar a quatro mãos”, diz, completando: “a Cassi é muito pé no chão”.
E ela, paulistana que atuou como bailarina no Grupo de 2001 a 2013, considera o convite uma “volta para casa”. Desde 2009, porém, já coreografava – e assinou em 2015, para a companhia, a Suíte Branca, quando já coreografava para companhias brasileiras e estrangeiras.
O livro – O livro dos 50 anos do Grupo Corpo, elaborado pelo Estúdio Campo e publicado pela editora BEI, vai reunir as fotos de José Luiz Pederneiras produzidas ao longo de décadas para os espetáculos da companhia.
Braço social forma crianças e jovens
O Grupo Corpo sempre trabalhou pela formação de jovens e de público através de seu Corpo Cidadão, que é uma organização sem fins lucrativos que funciona desde 2000 e é dirigida por Miriam Pederneiras, outra dos irmãos fundadores.
Braço social da companhia, o Corpo Cidadão atua na formação de crianças, adolescentes e jovens através da arte-educação. As atividades são desenvolvidas nos Núcleos de Arte Educação (NAEs) e no Grupo Experimental de Dança (GED).
Em outro viés de formação e participação, dois programas estão ativos. Há 10 anos, funciona um bem-sucedido programa de doação incentivada para pessoas físicas – Amigos do Corpo, que oferece abatimento no Imposto de Renda.
Em 2022, surgiu o Patronos do Corpo, que reúne figuras de destaque na vida nacional que fazem doações diretas e mais robustas. São formas de aproximação do público e maneiras de mobilizar a sociedade, levando um aporte financeiro importante para a companhia, além dos patrocínios via Lei de Incentivo à Cultura.
Fonte: Diário do Comércio
