Setor respondeu por um terço de todos os investimentos atraídos desde 2019
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Cerca de um terço dos investimentos atraídos por Minas Gerais de 2019 até o momento foi da área da mineração. Desde o início do primeiro mandato do governador Romeu Zema (Novo), o Estado atraiu em torno de R$ 444 bilhões em aportes privados, dos quais R$ 130 bilhões de empresas do setor mineral de diferentes segmentos, conforme o CEO da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Invest Minas), João Paulo Braga
“O setor mineral continua sendo um dos carros-chefes, não vou falar que é o único porque o agronegócio é tão importante quanto, mas a cadeia da mineração segue como uma das mais dinamizadoras da economia mineira”, destacou o executivo em entrevista ao Diário do Comércio na Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (Exposibram), em Belo Horizonte.
Segundo Braga, os investimentos foram atraídos para diversas frentes da mineração, como calcário, fertilizantes, minerais para transição energética e minério de ferro. O último foi anunciado na abertura do evento, na segunda-feira (9), e trata-se da extração de grafite.
Após uma negociação de meses, o governo estadual anunciou que a Graph+, subsidiária da New Mining, investirá aproximadamente R$ 200 milhões, entre 2025 e 2028, para extrair o mineral em Santa Maria do Salto, no Vale do Jequitinhonha. A expectativa é que o novo empreendimento, previsto para entrar em operação em quatro anos, crie cerca de 300 empregos diretos até 2030.
O CEO da Invest Minas destaca que os benefícios deste investimento serão parecidos com o que o Jequitinhonha tem experimentado com os projetos de lítio. Além do aumento de pessoas empregadas, a região foi a que registrou mais abertura de empresas em 2023 por consequência da chegada de grandes mineradoras. Ele diz que, provavelmente, a companhia de grafite será a maior do município.
Mineração é relevante, mas o Estado não pode ser permissivo
Para Braga, a simples realização da Exposibram em Minas Gerais, trazendo expositores de vários países e enchendo os hotéis de Belo Horizonte, reflete a importância que a mineração tem e como o Estado pode se projetar para o mundo enquanto território minerário. Embora seja muito relevante para a economia mineira, o governo não pode ser permissivo, na avaliação dele.
“O nosso posicionamento enquanto Estado tem que ser: somos um território minerário, temos orgulho disso, porque a mineração deixa muita riqueza e desenvolvimento, agora isso não significa ser permissivo em relação a licenciamento e a condutas inadequadas que as mineradoras podem ter”, ressalta.
“Temos que trabalhar sempre para aperfeiçoar nossa regulação, não deixar que fatos como Mariana e Brumadinho voltem a acontecer jamais, mas também não podemos rechaçar a atividade de mineração”, pondera.
Fonte: Diário do Comércio