Fontes foram destaque na reinauguração do espaço público (Thiago Cândido/BHAZ)

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) reinaugurou, nesta quinta-feira (26), a Praça da Estação, após processo de revitalização. Emblemático ponto de encontro no Centro da capital mineira, o local estava fechado para obras desde outubro do ano passado, em função do programa de requalificação “Centro de Todo Mundo“.

Conforme afirmou o Superintendente da Sudecap (Superintendência de Desenvolvimento da Capital), Henrique Castilho, na cerimônia de abertura, a praça recebeu manutenção das fontes luminosas, troca dos pisos, canaletas e grelhas danificadas, além da recuperação de bancos e lixeiras. O destaque do projeto, entretanto, foi a reconstrução das fontes de água locais, que já funcionam a partir desta quinta com jatos e névoas umidificadoras.

“Foi um projeto executivo muito trabalhado, até difícil de executar, porque nós não podemos fazer nada que vá contra o patrimônio (público). Então todos os detalhes dea praça foram rigorosamente controlados e fiscalizados pela Fundação Municipal de Cultura e pelo Iepha (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais)”, destacou.

O espaço, que antes permitia circulação parcial de veículos, também ganhou delimitadores de tráfego com a reforma. Ao todo, foram investidos R$ 8,1 milhões em recursos do próprio município, segundo a PBH, com entrega do resultado dentro do prazo estabelecido, isto é, no segundo semestre de 2024.

Enfim, os refrescos

Destaque na reinauguração da praça, as fontes de água foram bem recebidas pelo público belo-horizontino na manhã quente de quinta-feira. O vendedor autônomo Ronaldo Pinto esteve na cerimônia e aprovou o retorno do meio de refresco. “Culturalmente é muito bacaba. Serve de ponto turístico na cidade e dá uma amenizada nesse calorão que anda fazendo”, disse.

Castilho, da Sudecap, também defendeu a reforma. “A nossa praia voltou. Você tá vendo aí no fundo, as pessoas já estão aproveitando”, apontou. “À noite, quando as pessoas vierem aqui, vão verificar que elas (as fontes) têm RGB, uma luz que vai trocando de cor e fica maravilhosa”, completou. “É um local prazeroso que as pessoas vão poder conviver, e eu peço a ajuda da população pra cuidar desse local”.

Resgate

A Praça da Estação, cortada pelo ribeirão Arrudas, foi incluída da planta de BH, concebida por Aarão Reis e aprovada pelo governo de Minas Gerais em 15 de abril de 1895. Oficialmente, o espaço teve a denominação alterada em 4 de setembro de 1914, passando a se chamar Christiano Otoni, nome do engenheiro e político mineiro que havia sido o primeiro dirigente da EFCB, ainda no Império, quando a ferrovia se chamava Estrada de Ferro D. Pedro II.

Outra mudança ocorreu em 27 de setembro de 1923, com a alteração para praça Rui Barbosa, para homenagear o jurista e político que morreu em março do mesmo ano. Porém, apesar das denominações oficiais, o espaço sempre foi conhecido pela população como Praça da Estação.

Ao longo dos anos, o local passou por modificações significativas que afetaram, principalmente, os jardins e os ornamentos, as vias públicas do entorno e o curso d’água. Todas essas transformações refletiram as diferentes concepções de cidade, de cidadania e de uso e apropriação do espaço urbano.

Contudo, permanências também marcaram esse espaço que se caracterizou pela multiplicidade de papéis e funções relacionados com o transporte, o trabalho, o lazer, a cultura e o cotidiano dos belo-horizontinos e dos mineiros.

Fonte: BHAZ