Com a indústria em alta, intenção de investimentos pelos empresários registra os melhores resultados em seis meses

Mesmo cenário acontece quando trata-se do número de empregados e haverá avanço da geração de empregos nos próximos meses | Crédito: Reprodução AdobeStock

A produção industrial em Minas Gerais voltou a avançar em julho após dois meses de queda. O resultado foi impulsionado pelo maior número de dias úteis no mês, além da utilização crescente da capacidade indutrial instalada em relação à usual, que atingiu o maior patamar em 23 meses. Os dados são da pesquisa Sondagem Industrial, divulgada nesta terça-feira (20) pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

Segundo a economista da Fiemg, Daniela Muniz, os resultados positivos alavancam investimentos e demonstram otimismo dos empresários do setor. “O índice de julho ficou em 54,9 pontos e, quando está acima de 50 pontos, indica um aumento da produção. Em junho, foram 48,6 pontos, ou seja, houve um crescimento de 6,3 pontos em relação ao mês anterior”, pontua.

Ao analisar os estoques de produtos finais, a economista destaca que houve uma retração menos acentuada em comparação com junho. “Os estoques diminuíram em julho, porém em menor intensidade em relação ao mês anterior e, dessa forma, as empresas estocaram produtos acima do planejado em julho. Esse acúmulo de estoques significa que os empresários acharam que iriam vender mais”, ressalta Daniela Muniz.

Com relação à demanda, a expectativa para agosto se mantém positiva pelo 50º mês consecutivo e mostra que os empresários mineiros projetam avanços nos próximos seis meses. “Em comparação com o mês anterior, no entanto, houve recuo, o que indica que os setores mantêm o otimismo, embora em menor intensidade”, frisa a economista.

Outros segmentos registraram ligeira retração na expectativa para agosto em comparação com o mês de julho. Para a compra de matérias-primas, a expectativa se mantém positiva pela 20ª vez seguida, apesar de apresentar redução para a aquisição em comparação com o mês anterior.

O mesmo cenário é mostrado quando se trata do número de empregados. A análise também indica que haverá avanço na geração de empregos para os próximos meses, porém com redução na expectativa na comparação com o último levantamento.

“Em síntese, apesar das oscilações, a produção industrial em Minas Gerais está aquecida e não dá sinais de redução para os próximos meses. As intenções de investimentos pelos empresários também corroboram para esse cenário, com o maior valor registrado em seis meses”, destaca a economista.

Instabilidade econômica ainda preocupa

A pretensão por investir no Estado vai de encontro ao ritmo da atividade econômica doméstica, como o consumo das famílias, que vem apresentando resultados acima das expectativas. “Isso se dá em função do crescimento da renda e um mercado de trabalho aquecido, além da facilitação do crédito para as famílias”, argumenta Daniela Muniz.

Apesar dos dados favoráveis, a economista destaca que ainda existe uma cautela por parte do empresariado. Segundo Daniela Muniz, os brasileiros ainda convivem com um risco relevante em relação à estabilidade econômica e o equilíbrio das contas fiscais.

Outro ponto destacado é que o aumento de gastos no País ainda não foi suprido pelo aumento de receita, graças a um déficit expressivo acumulado pelo setor público brasileiro nos últimos meses, o que colabora com a depreciação da moeda nacional. “O grande desafio é conseguir apoio político para contingenciamento de gastos para conter a inflação e depreciação cambial”, conclui a economista.

Fonte: Diário do Comércio

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