Protagonismo feminino vem crescendo nesse segmento de mercado e elas ocupam posições em diferentes frentes de trabalho, da parte técnica aos palcos e à gestão
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O protagonismo feminino na produção cultural brasileira vem crescendo e elas ocupam posições em diferentes frentes de trabalho, da parte técnica, aos palcos e à gestão. Apesar dessa participação histórica na chamada economia da cultura, as mulheres ainda enfrentam preconceitos diversos como machismo, misoginia e etarismo, a exemplo dos demais setores econômicos.
Para entender e atuar sobre essa condição, a Secretaria Municipal de Cultura de Belo Horizonte, em parceria com o Instituto Vivas, promove dia 23 o “Encontro de Gerações – Mulheres na Cultura”, uma roda de conversa sobre a representatividade feminina na cultura.
O evento, com entrada gratuita e acesso livre sujeito à lotação do espaço, acontece no Teatro Marília, no hipercentro, às 19 horas. Conforme a secretária adjunta de Cultura de Belo Horizonte, Cristina Schirmer, a ideia nasceu a partir de conversas entre a Secretaria e vários produtores e grupos de artistas por meio das escutas ativas.
“Foram surgindo temas e incômodos e percebemos a necessidade de debater o etarismo, daí um encontro de gerações. Resolvemos colocar todo mundo junto para entender como é envelhecer no mercado de cultura, especialmente no cenário mineiro, com tanta diversidade. Optamos pelo papel da mulher porque elas sofrem ainda mais com o etarismo”, explica Cristina Schirmer.
Estarão presentes neste bate-papo Zora Santos, atriz, pesquisadora da culinária afro-mineira, cozinheira e artesã; Teuda Bara, atriz e uma das fundadoras do Grupo Galpão; Beth Coutinho, cozinheira autodidata e especialista em culinária mineira; Marciele Delduque, fundadora da Rede Marianas – Mulheres que Inspiram e presidente da Central Única das Favelas (Cufa); Efe Godoy, artista visual míope, poeta transvestigênere, ELA/dela e fazedora de imagens; Nath Sol, produtora cultural, feminista em construção e negra em reconhecimento; e Danusa Carvalho, produtora e gestora cultural, sócia da Casulo Cultura. A mediação da conversa fica por conta da palestrante e presidente do Conselho da Mulher Empreendedora da Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais (ACMinas), Alessandra Alkimïn, que idealizou o projeto.
“Queremos discutir a inclusão de gênero, a representatividade. Será uma conversa orgânica com o fio condutor da história de vida dessas mulheres. Vamos falar sobre o que as mais experientes deixam de sabedoria e os desafios de quem está começando. A troca de experiências é o mais importante. A cultura movimenta um PIB enorme. É muito importante deixar claro a importância da cultura e da economia criativa no desenvolvimento socioeconômico e as mulheres estão por todos os lados. Hoje temos visto um crescimento de técnicas. Há poucos anos elas não exerciam esse tipo de atividade”, pontua a secretária adjunta de Cultura de Belo Horizonte.
Fonte: Diário do Comércio