Promessas de recuperação têm sido constantes, porém, com poucos avanços

Crédito: Adobe Stock

A aceleração do processo de urbanização, notadamente a partir do final da Segunda Grande Guerra, produziu efeitos, para o bem e para o mal, praticamente em todo o planeta e não foi diferente no Brasil. Nestas bandas, uma das consequências sensíveis foi o esvaziamento das regiões centrais nas grandes cidades – os antigos centros comerciais – que, como regra, na atualidade se apresentam abandonados e deteriorados, durante o período noturno também espécie de território livre para a criminalidade. E não tem sido poucos, no espaço da retórica pelo menos, os planos, projetos e promessas de revitalização e recuperação dessas áreas, inclusive para melhor destinação dos variados equipamentos de que dispõem.

Também em Belo Horizonte, onde as mesmas condições podem ser observadas, as promessas de recuperação do aqui chamado hipercentro tem sido constantes, sendo um tanto pequenos, porém, os avanços a contabilizar. Parece faltar melhor compreensão da precisa natureza do fenômeno, assim como convergência, de interesses inclusive, quanto aos meios mais adequados de se promover a recuperação ou, antes, a melhor e mais plena utilização dos equipamentos disponíveis. Vale assinalar, principalmente, uma boa quantidade de unidades residenciais que permanecem vazias, fechadas, quando não abandonadas e em processo de franca deterioração. Recuperados, tais imóveis teriam, quando menos, função social relevante.

A utilização mais adequada, e plena, desses espaços ganharia relevância também no que toca às demandas, sempre insatisfeitas, de mobilidade, além de impactos positivos na construção civil e no mercado imobiliário. Em síntese, muito a ganhar e pouco, talvez nada, a perder, tudo isso recomendando políticas afirmativas, de resultados como no caso em discussão, em Belo Horizonte, para incentivos ao chamado retrofit de imóveis degradados. Trata-se simplesmente de garantir que estes movimentos tenham o suporte de resultados que compensem os investimentos a serem bancados por empreendedores, condições que ainda não existem, segundo avaliações de especialistas.

Conforme foi dito acima, a recuperação e revitalização do hipercentro em Belo Horizonte é assunto antigo, faltando ainda saltar do planejamento para o “fazejamento” para repetir a expressão que seria da lavra de antigo político local. Algo que implica em melhor compreensão da realidade e bom entendimento dos obstáculos a superar, o que pode estar perfeitamente ao alcance do possível, desde que exista vontade para isso.

Fonte: Diário do Comércio

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