Datas importantes, como Dia das Crianças, Black Friday e Natal prometem movimentar toda a cadeia produtiva da cidade

Natal é a maior data comemorativa para comércio | Crédito: Reprodução AdobeStock

Dia das Crianças, Black Friday, Natal. A chegada do último trimestre de 2024 conta com datas importantes e vem alimentando expectativas positivas para os setores de comércio e serviços em Belo Horizonte.

O período, segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva, promete superar os resultados do ano passado, injetando cerca de R$ 6 bilhões na economia da capital mineira. “Este final de ano será melhor e encerrará com chave de ouro. De outubro a dezembro, temos datas importantes e que movimentam toda a cadeia produtiva da cidade”, avalia.

Além da sazonalidade, o atual desempenho econômico, tanto do Brasil quanto de Minas Gerais, pode ser considerado um dos principais diferenciais com relação ao ano passado. Souza e Silva destaca que a inflação controlada, a alta empregabilidade e a melhoria da renda das pessoas são fatores que alimentam a expectativa do setor para o último trimestre.

Com relação às apostas para os próximos noventa dias, o comércio de medicamentos, brinquedos, linha branca, além de produtos supermercadistas, tendem a ser os mais beneficiados. Para o dirigente, os produtos farmacêuticos podem despontar em razão das instabilidades climáticas e os produtos linha branca são apontados como um dos carros-chefes em vendas durante a Black Friday.

Até dezembro, eventos culturais e empresariais em Belo Horizonte também prometem impulsionar a economia local, atraindo turistas e incentivando novos negócios. “A cidade também contará com movimentações diferenciadas, como shows internacionais, eventos, e feiras de negócios. Notamos que o comércio está aproveitando e estamos preparando lojistas para fidelizarem os clientes neste momento”, pontua Souza e Silva.

Atrelado às datas comemorativas, o 13º salário também é visto como um componente fundamental para alavancar os últimos meses do ano. Souza e Silva pondera que a quantia tende a ser utilizada para o pagamento de dívidas, mas beneficiará os negócios tornando as pessoas aptas ao consumo novamente.

A renda extra, segundo ele, representa maior chance de consumo, contratação de serviços e redução da inadimplência. “Muitas pessoas utilizam esse recurso para quitar dívidas, outras optam por comprar presentes, viajar ou contratar um serviço. Com isso, várias cadeias da economia são favorecidas”, aponta o dirigente. 

Setor articula para que diálogo com a prefeitura de Belo Horizonte seja efetivo

A efetividade da relação entre o comércio e o Executivo de Belo Horizonte é motivo de cobranças do setor há pelo menos quatro anos. Segundo Souza e Silva, atualmente o diálogo acontece, mas pouco se coloca em prática.

O dirigente cita exemplos como maior agilidade na reforma da Praça Rio Branco – um requerimento do comércio local -, além de melhorias na iluminação da cidade. “A prefeitura tinha que entrar com isso em peso para motivar as pessoas. Temos portas abertas, dialogamos, mas ainda é preciso ter efetividade”, argumenta.

Com relação às eleições municipais no próximo domingo, Souza e Silva declara que a CDL/BH recebeu todos os candidatos e articulou para que em uma eventual troca de mandato os projetos não sejam deixados de lado. “A responsabilidade do gestor vai até o final da gestão. Se atual prefeito continuar, que ele continue as obras e, se não continuar, que não jogue a toalha para que isso não atrapalhe o comércio de Belo Horizonte”.

Aumento nos juros pode impactar dinamismo de crescimento

O bom desempenho do comércio e serviços em 2024 também é citado pelo economista da Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais (ACMinas), Paulo Casaca. Ele destaca que as vendas no varejo já acumulam resultados superiores ao ano passado com avanços de 3,7% no Brasil e 4,3% em Minas Gerais.

Para o útimo trimestre, a expectativa se mantém, mas, segundo ele, é necessário cautela quanto às projeções, já que o aumento da taxa de juros pode impactar o dinamismo de crescimento do setor. “O recente aumento da taxa básica de juros (Selic) gera um impacto no setor a longo prazo, mas talvez já afete no último trimestre”, afirma.

Por outro lado, o economista frisa que o mercado de trabalho deverá continuar aquecido e pode contribuir para os bons resultados neste período. A taxa de desemprego em 6,6% é a mais baixa do período, sendo a menor para o trimestre desde 2012 e o País soma atualmente cerca de 102 milhões de pessoas empregadas.

“Isso gera um impacto instantâneo. Quando a pessoa está empregada, ela vai fazer compras, planejar compras maiores, pagar dívidas e isso é positivo. Esse movimento é bastante claro, e aliado também ao controle da inflação, indica perspectivas positivas”, conclui.

Fonte: Diário do Comércio

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