O recuo no mês de agosto agosto pode ser explicado pela sazonalidade da época
Mesmo com recuo de 1,7% na atividade turística no mês de agosto em comparação com julho, o turismo em Minas Gerais detém o melhor desempenho em 2024 entre os estados analisados mais o Distrito Federal, com aumento no volume da atividade turística de 9,1% entre janeiro e agosto deste ano.
Na comparação de agosto de 2024 com igual intervalo do ano anterior, o volume da atividade turística mineira registrou avanço de 8,1%. Entretanto, esse desempenho reflete desaceleração em comparação com o mesmo período de 2022, quando foi da ordem de 11,6%. Ainda assim, o desempenho do turismo mineiro nesta base de comparação superou a média nacional nos três últimos anos.
A avaliação é do Núcleo de Estudos Econômicos Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), com base nos dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostrou que a base de comparação mensal (mês corrente frente mês anterior), sofreu influência de alterações sazonais tanto para a atividade turística do País quanto do Estado.
“O recuo em agosto pode ser caracterizado pela sazonalidade da época, a baixa temporada, em conjunto com outros fatores como, por exemplo, as elevadas taxas de juros, a 10,75% ao ano, que faz o cidadão pensar duas vezes antes de viajar. Além dos combustíveis com preços altos, o que reduz o trânsito de uma cidade para outra, ao se pensar em visitar uma cidade turística. Isso dificulta com que o cidadão possa viajar mais vezes durante um mês ao longo do ano”, explicou a economista da Fecomércio MG, Fernanda Gonçalves.
Com isso, nas demais frentes de análise: agosto de 2024 frente a agosto de 2023, no acumulado do ano e no acumulado nos últimos 12 meses, os números para o turismo mineiro seguem indicando o bom momento do setor.
Ainda de acordo com a economista, vários fatores contribuíram para os índices observados em Minas Gerais se manterem aquecidos. “Um aspecto crucial foi o estímulo proporcionado pelas agências de turismo e pelos governos estadual e municipais, que, através de promoções e campanhas, destacaram o ecoturismo, as cidades históricas, a gastronomia e eventos culturais durante todo o ano, garantindo um bom resultado do turismo mesmo em períodos geralmente caracterizados pela baixa temporada no Estado”, enumerou.
“Além disso, a infraestrutura turística em Minas Gerais se demonstrou sólida, com melhorias em sua estrutura e serviços, posicionando-se em terceiro lugar no ranking das 10 melhores capitais, conforme avaliação do Índice de Favoralidade para o Turismo (IFT-GKS). Esse conjunto de elementos impacta positivamente a economia e impulsiona os setores de comércio, serviços e turismo”, pontuou Fernanda Gonçalves.
No acumulado dos oito meses do ano, Minas Gerais registrou ampliação no volume da atividade turística em 9,1%, consolidando a boa performance de 2024. Nesta base de comparação, o Estado lidera entre as demais unidades da Federação analisadas (Bahia, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, São Paulo, Goiás, Distrito Federal, Espírito Santo e Rio Grande do Sul). A média nacional registra alta na atividade turística de 1,5% de janeiro a agosto.
O volume da atividade em Minas Gerais acumula avanço de 10,2% nos últimos 12 meses, entre setembro de 2023 e agosto de 2024, quando registrou a menor variação no período. A média nacional nos últimos 12 meses é de 2,5% ou 7,7 pontos percentuais a menos, se comparada com a dinâmica do turismo do Estado no período.
Na avaliação da economista da Fecomércio MG, nos últimos meses de 2004, os números podem ser impulsionados por meio dos eventos culturais e tradicionais, por meio das festas de Natal, final do ano e até mesmo eventos empresariais. “Esses últimos meses do ano são caracterizados pelo aumento do número de ocupação na hotelaria e, com isso, movimento maior em todo o comércio local e serviços”, projetou.
Fonte: Diário do Comércio