Vile Santos quer ampliar atuação em comissões, propõe projetos para educação, transporte e moradores de rua

O vereador de Belo Horizonte, Vile Santos (PL), reforçou que o objetivo do Partido Liberal, que possui a maior bancada na Câmara Municipal, é conseguir controlar a pauta ao distribuir seus seis vereadores no máximo de comissões possíveis da Casa. Apesar disso, o parlamentar, que teve o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha, destacou em entrevista ao Café com Política da FM O TEMPO 91,7 que pretende conversar com todos os grupos políticos, inclusive com os colegas de esquerda, e que não deseja “caçar briga”.
“Não vou ficar caçando briga, sendo que assim eu não vou conseguir aprovar alguma coisa e entregar o que prometi para meu eleitor. O que for necessário, vou conversar, seja com a família Aro, seja com a esquerda, seja com a direita. O negócio é entregar resultado”, afirmou.
Sobre a organização interna da Casa, o parlamentar explicou a estratégia do bloco conservador de dissolver a unidade em busca de maior representatividade nas comissões. “A gente quer diluir nosso bloco para ter maioria no máximo de comissões, ter controle da pauta. Porque vereador não é só aprovar lei, mas segurar gol também. Se vier algo cabuloso, a gente senta em cima”, pontuou, relembrando que seu correlegionário, o vereador Uner Augusto, será o presidente da principal comissão da casa, a de Legislação de Justiça, que tem pode de barrar projetos de lei considerados inconstitucionais.
Propostas para a educação
Entre os projetos já protocolado por ele, Ville defendeu a proibição de músicas que fazem apologia ao crime e às drogas nas escolas municipais. “Nenhum pai e mãe quer que o filho escute isso na escola. Na escola, você quer que ele aprenda. Questões morais ele aprende dentro de casa”, argumentou.
O projeto delega à prefeitura a regulamentação e pode incluir, além do funk, outros gêneros musicais que tratem da cultura do crime. “Hoje em dia o que é mais escutado nessa faixa etária é o funk. Mas no artigo dois eu cito que se abrange para músicas que tratam da cultura do crime, da violência, das drogas”, explicou. Segundo ele, o tema será discutido entre a prefeitura, diretores escolares e o conselho de educação.
Na área econômica, o parlamentar destacou a importância de levar a educação financeira às escolas e de inserir Belo Horizonte no mercado de criptomoedas. “As escolas formam uma massa de ignorantes financeiros, que vão depender do estado e viram massa de manobra para os partidos de esquerda”, criticou. Sobre o bitcoin, afirmou: “Quis trazer o bitcoin para o debate e trazer BH para dentro do criptomercado. É uma forma de guardar sua riqueza. Bitcoin é liberdade, até mesmo dos próprios governos autoritários”.
Transporte e urbanismo
Questionado sobre o novo contrato de concessão dos ônibus da capital, que deve ser feito em 2028, Vile defendeu a revisão dos valores pagos às empresas de transporte público e a desregularização do setor, liberando vans e aumentando a liberdade de motoristas de aplicativo. Quer comprar uma van e fazer uma rota? Deixa fazer. Imagina o quanto de dinheiro não movimenta esse mercado na cidade”.
O vereador ainda criticou o aumento de 10% na tarifa de ônibus e anunciou um projeto de resolução para suspender a portaria da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (SMOB) que permitiu o reajuste. “Foi um absurdo, sem melhoria nenhuma, com aumento de 10%, mais que a inflação”.
Sobre o Anel Rodoviário, Vile afirmou que as melhorias planejadas pela prefeitura não serão suficientes e defendeu o investimento no Rodoanel para desafogar o trânsito de veículos pesados na capital. “A única forma de ajudar é com o novo Rodoanel, que vai aliviar os caminhões que vão passar no nosso Anel Rodoviário”, opinou. “A prefeitura ainda pode fazer novas áreas de escape, melhorar a sinalização, mas para mudar a realidade é complicado”.
Moradores em situação de rua
O vereador também apresentou iniciativas para abordar a questão dos moradores em situação de rua e anunciou dois projetos de lei. O primeiro diz respeito a criação de um cadastro municipal feito a partir da identificação facial: “Vamos fazer identificação fácil dos moradores de rua, porque muitas vezes a ação social ou a guarda vai abordar e eles não têm documento”, explicou. Ele também pretende cadastrar informações médicas e dados sobre a origem dos moradores.
Já o segundo projeto de lei pretende dar um auxílio para pessoas em situação de rua que não são de Belo Horizonte e desejam voltar para sua cidade natal: “Tem muito prefeito de interior que tem morador de rua na cidade dele, e ele manda para a capital. Fala que é para fazer um exame, joga ele aqui, e ele não consegue voltar. Isso eu estou falando porque os moradores de rua contam isso e de uma maldade sem tamanho. Vamos identificar, saber de onde eles são, vamos dar acolhimento, alimentação, banho, comida, e vamos levá-lo para próximo de suas famílias, amigos, da sua rede de apoio”. Caso a prática persista, ele defende acionar o Ministério Público: “o próprio morador de rua testemunha”, concluiu.
Fonte: O Tempo