Cerca de 65% dos entrevistados pela Fecomércio-MG avaliaram como boa ou muito boa a ocorrência de eventos desse porte em Belo Horizonte

Crédito: Reprodução Site Stock Car

Os belo-horizontinos têm uma visão positiva da realização de grandes eventos na capital. É o que mostra uma pesquisa feita pela Fecomércio-MG, por meio da sua área de Pesquisa e Inteligência, para avaliar, especificamente, como é visto o BH Stock Festival, evento que acontece entre 15 e 18 de agosto e gerou grande polêmica na cidade.

O evento, que é uma etapa do campeonato Stock Car Pro Series, uma das principais categorias do automobilismo brasileiro, ocorrerá na região da Pampulha, no entorno do estádio Mineirão. Com shows musicais e gastronomia, ele deve atrair cerca de 80 mil pessoas, segundo os organizadores.

Para medir a percepção que esse festival causa entre os belo-horizontinos, a pesquisa foi aplicada em dois grupos diferentes: residentes de regiões impactadas diretamente pelo evento e não residentes dessas regiões.

“Dividimos em dois grupos porque entendemos que a região da Pampulha já é uma região impactada por eventos, por abrigar o Mineirão e ser uma região turística. Então, separamos por que podíamos ter percepções diferentes, o que aconteceu de forma bem tímida em itens pontuais”, disse o estatístico da Fecomércio-MG, Devid Lima.

Quando perguntados sobre a ocorrência de eventos de grande porte na Capital, sem especificar qual, cerca de 65% dos entrevistados, em ambos os grupos, avaliaram como boa ou muito boa.

O destaque vai para os shows musicais, que lideram a preferência em ambos os grupos – foram citados por 47% dos não impactados e 33% dos impactados. Em seguida, aparecem os jogos e eventos esportivos (41% e 24,4% impactados, respectivamente) e o carnaval (28,2% e 17,8%).

Maratonas e corridas de carros – como a Stock Car – ficaram com menos de 10% das preferências

Pontos positivos e negativos dos grandes eventos

geração de renda é o principal impacto positivo esperado por quase metade dos entrevistados em ambos os grupos (cerca de 48%). A criação de empregos e a atração de turistas também são destacadas como benefícios importantes, o último especialmente no grupo que reside em regiões impactadas.

A faixa de gasto médio apurada pela Federação com grandes eventos também é similar em ambos os grupos, concentrando-se entre R$ 100 e R$ 200. O grupo que reside em regiões impactadas apresenta uma parcela maior (26%) que gasta entre R$ 200 e R$ 500. Na avaliação do estatístico da Fecomércio, Devid Lima, a diferença aqui é explicada pelo poder aquisitivo dos moradores da região.

segurança pública e a criminalidade lideram as preocupações com grandes eventos em ambos os grupos (68% dos não impactados e 47% dos impactados).

limpeza urbana também é uma preocupação significativa, apontada por 40% daqueles que residem em regiões impactadas e 38,5% dos não impactados. 

Stock Car divide opiniões

Ao serem perguntados especificamente sobre a Stock Car Pro Series, 61,5% dos entrevistados que residem em regiões não impactadas diretamente disseram que já ouviram falar sobre a corrida, outros 38,5% não. A grande maioria (80%) está ciente que Belo Horizonte sediará o evento em agosto.

A maior parte dos entrevistados (41,4%) que conhecem o Stock Car possui sentimento positivo em relação ao acontecimento do evento em Belo Horizonte, enquanto 35,3% possuem sentimento negativo e 23,3%, sentimento neutro.

A corrida travou uma polêmica na cidade e dividiu opiniões. De um lado, os favoráveis ao evento em função do potencial econômico que este tipo de eventos traz para a cidade. A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) estima que R$ 87 milhões em gastos do público durante o evento, principalmente na capital e na região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

De outro lado, os diversos políticos e instituições ligadas à causa ambiental que vêm se posicionando de forma contrária à realização do evento na Pampulha. Para o evento, o Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) foi favorável ao corte de 63 árvores na região da Pampulha, causando revolta em uma parcela da população de Belo Horizonte.

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) também se posicionou contra a Stock Car naquela região, argumentando que pode causar prejuízos para as pesquisas, e inclusive para o desenvolvimento de vacinas.

Fonte: Diário do Comércio

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